Lutero – 2003

O-ho-ho! Estava na hora de falar de um dos muitos ídolos que eu tenho, isso mesmo! Lutero! Mas comentar desse filme e do cara ao mesmo tempo, elevando predicados é bem tenso.

Aqui vai o “miolo do resumo da sinopse” da vida do homem. Ele era um seminarista e um belo dia andando por um campo aberto no meio de uma tempestade violenta e se borrando com o medo de ser atingido por um raio, Lutero promete a Deus que se saísse vivo daquele momento de terror seguiria o seminário e se tornaria padre. Lutero não tinha lá muitas ideia beatas e sequer era uma pessoa perto disso, era cético e desconsiderava muitos dos dogmas da igreja, e via na religião parcial ou total perda de tempo tanto dos canônicos tanto dos fiéis. Se revoltou, foi contra a igreja, depois de sua morte foi erguida  sua própria religião, se casou e viveu feliz pra sempre. Fóda isso né? Se achou o meu resumo chato então não perca tempo com o filme de 2003 por que é somente isso que ele mostra, nada em detalhes.

Pra começar, Lutero era bêbado. Inteligente sim mas ainda um bêbado, barrigudo e careca, dai eles me metem logo um Joseph Fiennes (Shakespeare apaixonado) pra fazer o papel, putz. Os dois são realmente MUUUUUUUIIIto similares na fisionomia.

Sente o drama da singularidade.

Mas voltando ao filme, dirigido por Eric A. Stillwell e roteiro de Bart Gavigan e Camille Thomasson são 121 minutos que dão no saco mesmo. Pra quem nunca ouviu falar do homem e  não prestou o minimo de atenção nas aulas de história do ensino médio vai achar que é mais chato do que eu achei, mas eu sei que alguns até vão gostar. O filme é bem rodado e Fiennes é muito bom ator, o figurino e o cenário impecáveis, e uma puta história pra contar e ainda assim não conseguiram fazer a produção que poderia ser, ficou parecendo mais um trabalho de final de faculdade que os estudantes de cinema rodaram de ultima hora ( um dia eu ainda vou fazer um trabalho assim que eu sei) Deixou muito a desejar, mantendo Lutero como um mártir de uma causa sua. Ta errado isso meu povo Luterano, ou no minimo não tão correto

O negócio do Lutero original foi o seguinte: Ele confrontou o maior vendedor de indulgencia que Worn (a cidade onde o bicho tava pegando pro lado dele) o senhor Johan Tetzel , que tinha seu poder de “dispensador de indulgencias” pelo próprio papa Leão X, Lutero criou as suas 95 teses “inspirado” na contra ideia de Tetzel, que reza a lenda levantava fundos para a construção da basílica de São Pedro. O catolicismo com as suas diversas ramificações no  continente daquela época desprezava completamente o tutano do homem, com o tempo isso foi ficando cada vez mais visível e mais repugnante, e assim como naquela época, o medo do desconhecido por parte do proletariado sempre aumentava a oportunidade de coleta de bens, vendiam ossos de supostos santos, objetos abençoados pelo próprio papa, e até pedaço do céu, isso mesmo. Literalmente falando, vendiam o céu por hectare.

A união (fascista) do papa Leão X e do imperador Carlos V resultaram em uma reunião as portas fechadas, é claro, resultando na excomungação de Lutero, aquilo que foi chamado de “dieta de worms” (em Alemão: Wormser Reichstag). Lutero se recusava a retirar as suas teses de circulação e a se retratar perante o povo e o papa, foi perseguido e em seu Exílio no Castelo de Wartburg ( ele na verdade foi sequestrado e salvo, sendo levado contra a vontade para o castelo) por quase um ano ele teve a oportunidade de realizar um outro feito que foi imprescindível para as futuras facções religiões protestantes que apareceriam em todo o globo, transliterou (é, não somente traduzir) a bíblia do latim para o alemão, eu posso nunca ter o mesmo costume e nem a mesma fé em algum Deus que ele teve, mas o cara foi um gênio, naquela época apenas o clero e alguns nobres tinham algum conhecimento do latim, a missa dos agostinhos eram feitas de costas para o povo e em uma língua que eles não tinham a menor ideia de que raios era. Tenta só imaginar isso. É revoltante imaginar o aproveitamento em cima da ingenuidade do povo, da sua carência de ter alguma coisa para a creditar, que suas vidas na terra, por mais que sacrificantes e dolorosas seriam recompensadas por uma vida eterna no reino dos céus, isso sim pra mim é obra de gente de má-fé. Lutero não só transliterou para a língua no qual os populares poderiam ter acessos como liberou inteiramente “de gratis” todos os ensinamentos que ali estavam presentes.

Eu não vou me aprofundar mais no assunto, isso seria bem maçante e bem demorado, se quiser dá uma busca ai nas internets e tira seu conceito do homem.

O filme teve uma base legal, teve um enredo quase que inventado em cima de uma história verídica mas valeu a pena ter visto. ( ok confesso, eu só vi o filme por que era um trabalho de escola que eu tinha que fazer)

Só um adendo, o Alfred Mollina tá no elenco e faz o papel do Johan Tetzel, mas eu acho que ele ficaria bem melhor no papel de Lutero

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